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Big data: como funciona e quais os impactos na política e no esporte?

Big Data é um termo da moda e está fazendo muita gente repensar a forma como toma decisões. Com o grande volume de dados disponíveis hoje (a maioria produzida digitalmente) e a capacidade de processá-los, podemos entender melhor o mundo e até fazer previsões com grandes chances de acerto.

Ficou famoso o caso da rede de lojas de departamento Target, que detectou a gravidez de uma jovem antes de o pai dela saber. A empresa não precisou de bola de cristal ou acesso ao exame de urina. O Big Data permitiu enxergar que muitas mulheres passam a comprar mais loções, algodão e suplementos alimentares, como zinco, no começo do segundo trimestre de gestação. Isso permite, até mesmo, enviar ofertas de produtos relacionados a bebês em data próxima ao parto.

Neste texto, você vai entender melhor esse conceito, como ele funciona, seus impactos na política e no esporte, e quais são os cinco Vs do Big Data.

O que é Big Data?

Big Data é um termo aplicado a conjuntos de dados muito grandes, cujo tamanho está além da capacidade de bases de dados tradicionais para capturar, gerenciar ou processar. Sabe quando a planilha do Excel fica lenta por alcançar algumas centenas ou milhares de linhas? Então! Imagine que o Big Data pode envolver milhões ou bilhões de informações.

As informações do Big Data são produzidas por sensores, áudio, vídeo, chamadas telefônicas, transações financeiras e redes sociais. Muitas vezes, são geradas em tempo real e em enorme escala e podem incluir votos, gols e muito mais, como veremos mais adiante.

Ferramentas de inteligência artificial e outras técnicas avançadas são usadas para analisar esses conjuntos de dados muito grandes, que podem reunir informações desestruturadas e que vêm de fontes diferentes.

A análise de Big Data permite a analistas, pesquisadores, empresas, partidos políticos e técnicos de esporte tomarem decisões mais rapidamente e com melhores resultados. 

Como o Big Data é aplicado na política?

O Big Data está mudando a política, a começar pelas eleições. No livro Hacking the Electorate (literalmente “Hackeando o Eleitorado”), o professor e pesquisador Eitan Hersh mostra como os partidos políticos americanos usam bases de dados para direcionar suas campanhas do modo mais eficiente possível. Como o voto não é obrigatório nos Estados Unidos, grande parte do esforço lá é feito para encorajar as pessoas a votarem.

Com acesso a informações públicas, como as do Censo, os partidos podem identificar características dos eleitores, como raça, idade, e se já participaram de eventos políticos. Com essa base de dados em mãos, o partido pode mandar mensagens apenas aos eleitores com mais probabilidade de apoiá-lo e lembrá-los de votar.

Usar o Big Data sem atualizar as estratégias também pode gerar problemas, claro. O professor Hersh argumenta que um erro da campanha de Hillary Clinton, em 2016, foi se concentrar nesse direcionamento a eleitores historicamente simpáticos e negligenciar os votos em áreas rurais ou suburbanas — o que acabou levando Donald Trump à vitória.

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, também venceu uma eleição graças ao Big Data, em 2017. Sua campanha fez uso de um marketing online sofisticado, que o permitiu enxergar como engajar os eleitores de forma mais eficaz. Por exemplo, detectaram que a comunicação no Instagram traria mais resultado que no Facebook — talvez a primeira campanha eleitoral no mundo a agir dessa forma.

Como o Big Data é empregado no esporte?

Não sabemos ainda explicar o 7×1, mas é certo que a Alemanha conquistou seu tetra no Brasil em 2014, em partes, graças ao Big Data. Nem todos os detalhes vieram a público, mas sabemos o seguinte: todas as 32 seleções na Copa do Mundo, obviamente, têm um analista de vídeo que assiste às partidas dos times. Porém, a Alemanha parece ter sido a única que construiu uma base de dados específica para medir e analisar o desempenho e as estratégias de times e jogadores.

A equipe técnica da seleção alemã conseguiu entregar os dados a jogadores e treinadores de forma fácil de visualizar em um aplicativo especial que eles usavam no smartphone ou tablet, a qualquer momento.

Os movimentos de cada jogador eram rastreados digitalmente em vídeo, e os dados alimentavam indicadores, como velocidades, posse de bola e número de toques.

Antes da semifinal contra o Brasil no Mineirão, o técnico Hansi Flick citou a base de dados à disposição dos alemães. É muito provável que o aplicativo os tenha ajudado a enxergar as falhas na zaga brasileira.

O filme O Homem Que Mudou o Jogo (2011), com Brad Pitt, conta a história real do gerente Billy Beane, que usou dados estatísticos para contratar os melhores jogadores de beisebol dentro do orçamento muito limitado de seu time. O conceito ainda não é propriamente Big Data, já que Beane conseguia fazer suas análises sem a ajuda de um computador, mas o princípio é mesmo: acumular dados e enxergá-los com clareza para tomar decisões vantajosas.

Quais são os cinco 5 Vs do Big Data?

O conceito de Big Data tem ganhado rigor à medida que as ferramentas se desenvolvem. Confira.

Volume

Big Data necessariamente significa uma quantidade de informações além da compreensão humana por meios tradicionais. Imagine ler milhões de tweets durante um debate eleitoral ou analisar todos os movimentos das centenas de partidas do Campeonato Brasileiro.

Velocidade

O número de informações cresce a cada dia, com a produção de mensagens, rastros, transações, conteúdo etc. Como a velocidade da produção de informações é grande, também deve ser veloz a ferramenta do Big Data, capaz de analisar os dados em tempo real, sem inclui-la em bases de dados.

Variedade

Boa parte da informação produzida é desestruturada e desorganizada, como fotos, posts em mídias sociais e assim por diante. Uma ferramenta de Big Data absorve esses dados em vez de apenas aquilo que já vem classificado em tabelas ou listas.

Veracidade

Nem toda informação produzida na Internet é de boa qualidade, correta, ou coerente. É preciso ficar atento para distinguir o conteúdo orgânico daquele produzido por robôs, identificar bugs, corrigir imprecisões de dados de geolocalização, ver se uma palavra aparece com a grafia errada etc.

Valor 

A parte mais importante do Big Data: todos esses dados para quê? A coleção e análise de dados deve ter alguma função ou valor para a organização, sejam votos, sejam vitórias, sejam vendas.

O Big Data já é uma realidade para partidos políticos, seleções de futebol e empresas que querem tomar decisões melhores e ficar à frente da concorrência. O volume de informações e as ferramentas para analisá-las disponíveis hoje superam muito as bases de dados do passado. Quem não pegar essa onda vai ficar para trás.

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